Nossa Língua Portuguesa
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Gírias curiosas dos internautas
Moitar: falar reservadamente com alguém; ir para a moita
Naum, nopez: não
Pic ( de picture): foto
Pôr fogo na moita: pedir aos internautas que saiam do bate-papo reservado
Divirta-se:
(Clarice Lispector)
“Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...”
(Agora inicie a leitura do último verso para o primeiro)
Dicionário de palavras desconhecidas
ximbute: S.m.Bras., PE. Pop. 1. Indivíduo baixo e barrigudo.
momices S.f. pl. 1.Trejeitos, esgares, caretas; monada. V. careta.
· Dificuldades da Língua
Descriminar: inocentar. Ex.: O juiz descriminou o acusado.
Discriminar: distinguir. Ex.: Ainda discriminam as pessoas neste país.
Mal amados ou mal-amados?
O correto é mal-amados (com hífen). Sempre com hífen, antes de vogal e h; e em uma só palavra, nos outros casos: malpagos, malsucedido, etc. .Mas, nos casos em que mal funciona como substantivo, sinônimo de doença, pode-se usar o hífen ou não: mal de Parkinson, etc.
· Fique Ligado!Dica de Leitura
Dom Casmurro
Publicado pela primeira vez no último ano do século XIX, Dom Casmurro é uma ilustração sob medida para o famoso verso de Fernando Pessoa, em “Mensagem”: “o mito é o nada que é tudo”. Entre outros sentidos possíveis, esses versos enigmáticos referem-se ao fato de que o mito inicia-se com uma ficção — um nada — que, no entanto, acaba por tornar real aquilo de que fala. Como os mitos procuram assimilar aquilo que, num dado momento, não faz sentido ou nos parece inexplicável — a origem do mundo, o nascimento do primeiro homem, o que existe depois da vida — já contam com a nossa simpatia, o nosso desejo de entender. E como são hábeis em inventar possibilidades, hipóteses que parecem muito plausíveis para as comunidades que os criam, fincam raízes em nosso imaginário.
É exatamente esse o movimento do livro de Machado de Assis. O enredo do romance é um nada: a história de um adultério, como milhares de outros. Mas, para quem ama, a traição é dolorosamente inexplicável; e além disso, nenhum adultério é igual ao outro. É isso que Bentinho parece nos dizer com insistência, nas entrelinhas de sua narrativa; e é aí, muito provavelmente, que está toda a sua astúcia de contador de histórias e, portanto, de criador de realidades possíveis.
fonte: www.educarede.org.br